iPhones 6 e 6 Plus custam a partir de R$ 3,2 mil e R$ 3,6 mil no Brasil.
Preços estão até 50% acima da média mundial, aponta levantamento do G1.
Preços estão até 50% acima da média mundial, aponta levantamento do G1.
O consumidor que quiser comprar os iPhones 6 e 6 Plus, que começam a ser
vendidos no Brasil nesta sexta-feira (13/11/2014), terá de abrir espaço no
bolso. Além de serem os maiores já criados pela empresa, os smartphones comercializados no país são os mais caros do mundo, de acordo com levantamento realizado nas
lojas da Apple. Com preços iniciais de R$ 3,2 mil e R$ 3,6 mil,
respectivamente, os celulares chegam a custar 50% mais do que a média
mundial.
Os preços considerados pela reportagem são aqueles cobrados pela Apple em 36 países por meio de suas lojas virtuais.
A versão analisada é a 16 Gigabytes, desbloqueada e apenas com conexão
Wi-Fi. Para permitir a comparação, os valores foram convertidos para
dólar. A lista de países onde os novos iPhones já são vendidos é maior,
porém. Chega a 69, segundo a Apple. Em 33 deles, porém, a
comercialização é feita só por revendedores, como empresas de telefonia,
que abatem o preço final para condicionar a venda à contratação de
pacotes de dados e outros serviços. Por isso, esses países foram
desconsiderados.
Se por um lado, possuem telas grandes, de boa resolução e uma câmera com recursos "de cinema", e "applemaníacos" os considerem mais ágeis que os antecessores, os novos iPhones têm nos preços o seu calcanhar de Aquiles.
Enquanto o preço médio cobrado no mundo para o iPhone 6 é de US$ 826 e o
do iPhone 6 Plus, de US$ 948, no Brasil, os valores praticados são 50% e
47% maiores, respectivamente. Ou: US$ 1.242 e US$ 1.397.
A distância entre o topo e a ponta da tabela é tamanha que os preços
brasileiros são mais do que o dobro dos cobrados no Japão. No país
asiático, que sofre com deflação (a queda dos preços), os aparelhos
custam US$ 587 e US$ 690. Estados Unidos e Canadá completam o top 3 dos
países mais baratos para “applemaníacos” brasileiros. Lá, os aparelhos
custam pouco mais da metade do cobrado por aqui.
Não é novidade o Brasil ser o lar do iPhone mais caro do mundo. Isso já
ocorreu, por exemplo, com o 5s, que chegou ao país em novembro de 2013. O
país é ainda o lugar onde a Apple vende iPads mini pelo maior preço.
Mudança mesmo do ano passado para cá foi a que ocorreu entre as segunda
e terceira posições. Até ano passado dona do segundo iPhone mais caro, a
Itália mas foi ultrapassado pela Turquia.
Questionada, a Apple informou que vende no país
tanto aparelhos fabricados localmente quanto importados, como é o caso
dos novos iPhones. Esses aparelhos, argumenta a empresa, estão sujeitos a
taxas alfandegárias inevitáveis. A Apple afirma se esforçar bastante
para que os consumidores tenham acesso aos melhores preços e condições
de compra. A solução para os altos preços, acrescenta a empresa, são as
parcerias com operadoras de telefonia, que comercializam os dispositivos
por preços menores mediante a contratação de pacotes de dados.
Para o analista Ivair Rodrigues, da consultoria em tecnologia IT Data, a
Apple já importou mais de 50 mil unidades. “E olha que é caro. Mas se a
empresa importou é porque já tem cliente para isso.” Rodrigues explica
que os smartphones são trazidos pela Apple a um custo de US$ 440, valor
inflado por uma carga tributária na casa dos 70%. O dólar mais caro
contribui para o preço aumentar ainda mais, nesta quinta-feira, a moeda
atingiu o maior valor desde 2005. Além disso, diz, “tem margem [de lucro] de 20% a 30% para o fabricantes”.
O analista comenta ainda que, caso os novos iPhones fossem produzidos no
país, “ficaria, pelo menos, R$ 500 mais barato”. O Brasil é o único
país além da China onde a Foxconn, fabricante terceirizada da Apple,
possui fábrica. Fica em Jundiaí (SP), que produz apenas os iPhones 4.
“Quando chegar a um patamar de 100 mil a 150 mil [iPhones 6 e 6 Plus]
vendidos por mês, aí já dá para viabilizar a produção local. Mas por
esse preço fica difícil.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário