Para empresas, um país ser autor do ataque não é plausível; veja hipóteses.
Faz mais sentido ser obra de "garoto com máscara de Guy Fawkes", dizem.
Após a Coreia do Norte ter declarado no domingo (21/12/2014) que estava pronta para um embate com os Estados Unidos, o próprio governo poderia ter “desligado” a internet a fim de evitar a maior exposição de seus sistemas. “Nós já vimos isso antes quando outros países com baixos níveis de conectividade e governos com alto grau de poder sobre telecomunicações cessaram a conexão à internet”, afirmou Prince, citando a Síria. A rede norte-coreana de fato é controlada pelo governo, que tem autonomia para tomar esse tipo de decisão, mas parece improvável que Kim Jong-un, o ditador norte-coreano, autorizaria um “blecaute digital”, o que enfraqueceria ainda mais sua imagem perante a comunidade internacional.
Outra possibilidade é a China ter interrompido a conexão do país vizinho. Isso poderia acontecer porque a China Unicorn, empresa estatal das telecomunicações chinesa, é a gestora das quatro únicas redes de internet que a Coreia do Norte dispõe. Nesta segunda (23/12/2014), durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, a China evitou fazer volume às críticas contra a possível ligação de Pyongyang ao ataque à Sony. O país, membro permanente do grupo, preferiu defender um diálogo entre EUA e Coreia do Norte sobre o ocorrido. Para Prince, caso a “saída de fininho” ou a “derrubada chinesa” tenham sido as causas da interrupção, é impossível definir a diferença entre uma e outra.
O “blecaute” pode ter sido causado ainda pelo rompimento de cabos. “É improvável que a Coreia do Norte tenha um contrato com a Cisco de suporte constante e uma fonte crítica de energia pode ter falha por razões diversas”, afirmou Prince. Cowie também aponta essa como uma das possíveis causas, mas afirma que é muito improvável já que antes da suspensão total da conexão houve instabilidade. “O padrão de longa instabilidade, seguida de suspensão, torna menos provável que seja o resultado de um simples corte de cabo de fibra ótica.”
A aposta mais plausível, dizem os especialistas, é de um ataque de negação, ou DDoS. “Enquanto nós não sabemos quanto é a capacidade [de tráfego de dados] entrando na Coreia do Norte e saindo dela, é improvável que seja mais do que dezenas de gigabits por segundo. Dado que os maiores ataques DDoS são de uma magnitude muito maior do que isso, é concebível que um ataque tenha saturado a conexão e deixado o site offline”, diz Prince.
O “apagão cibernético” enfrentado pela Coreia do Norte nesta segunda-feira (22/12/2014) e que teve uma reedição
nesta terça-feira (23/12/2014), dias após o presidente dos Estados Unidos,
Barack Obama, prometer responder “proporcionalmente” à invasão aos
sistemas da Sony, atribuído a Pyongyang, pode ter sido provocado por um
ataque cibernético, afirmam especialistas.
Essa é hipótese mais plausível, dizem eles, mas os responsáveis pela
ação não são consenso. A infraestrutura de rede norte-coreana é pequena e
frágil, o que não faz da suspensão da internet norte-coreana uma missão
tão árdua e passível de ter sido causada até por um “garoto usando a
máscara de Guy Fawkes”.
Matthew Prince, cofundador da CloudFlare, e James Cowie, cientista-chefe
da Dyn Research, enumeraram as possíveis causas da instabilidade
seguida da completa interrupção da conexão na Coreia do Norte. A
primeira é uma empresa que costuma fornecer segurança contra ataques
cibernéticos e a segunda monitora instabilidades na rede mundial de
computadores. Veja abaixo os vários cenários traçados por eles:
Saída de fininho
Após a Coreia do Norte ter declarado no domingo (21/12/2014) que estava pronta para um embate com os Estados Unidos, o próprio governo poderia ter “desligado” a internet a fim de evitar a maior exposição de seus sistemas. “Nós já vimos isso antes quando outros países com baixos níveis de conectividade e governos com alto grau de poder sobre telecomunicações cessaram a conexão à internet”, afirmou Prince, citando a Síria. A rede norte-coreana de fato é controlada pelo governo, que tem autonomia para tomar esse tipo de decisão, mas parece improvável que Kim Jong-un, o ditador norte-coreano, autorizaria um “blecaute digital”, o que enfraqueceria ainda mais sua imagem perante a comunidade internacional.
Derrubada chinesa
Outra possibilidade é a China ter interrompido a conexão do país vizinho. Isso poderia acontecer porque a China Unicorn, empresa estatal das telecomunicações chinesa, é a gestora das quatro únicas redes de internet que a Coreia do Norte dispõe. Nesta segunda (23/12/2014), durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, a China evitou fazer volume às críticas contra a possível ligação de Pyongyang ao ataque à Sony. O país, membro permanente do grupo, preferiu defender um diálogo entre EUA e Coreia do Norte sobre o ocorrido. Para Prince, caso a “saída de fininho” ou a “derrubada chinesa” tenham sido as causas da interrupção, é impossível definir a diferença entre uma e outra.
Fios cortados
O “blecaute” pode ter sido causado ainda pelo rompimento de cabos. “É improvável que a Coreia do Norte tenha um contrato com a Cisco de suporte constante e uma fonte crítica de energia pode ter falha por razões diversas”, afirmou Prince. Cowie também aponta essa como uma das possíveis causas, mas afirma que é muito improvável já que antes da suspensão total da conexão houve instabilidade. “O padrão de longa instabilidade, seguida de suspensão, torna menos provável que seja o resultado de um simples corte de cabo de fibra ótica.”
Ataque de negação
A aposta mais plausível, dizem os especialistas, é de um ataque de negação, ou DDoS. “Enquanto nós não sabemos quanto é a capacidade [de tráfego de dados] entrando na Coreia do Norte e saindo dela, é improvável que seja mais do que dezenas de gigabits por segundo. Dado que os maiores ataques DDoS são de uma magnitude muito maior do que isso, é concebível que um ataque tenha saturado a conexão e deixado o site offline”, diz Prince.
Apesar de coicidentemente o “apagão” ter ocorrido alguns dias após a
ameaça dos Estados Unidos, a rede norte-coreana é tão frágil que não
precisaria de um esforço governamental para derrubá-la. “Se foi mesmo
um ataque, eu ficaria bem mais surpreso se um governo tivesse lançado
esse ataque do que se fosse obra de um garoto usando máscara de Guy
Fawkes”, afirmou. Outra evidência é a restauração da conexão, ainda que a
Coreia do Norte tenha enfrentado uma segunda queda da internet nesta
terça-feira. “Eu acredito que é uma boa evidência de que a interrupção
não foi causada por um ataque patrocinado por um estado, caso contrário a
internet ainda estaria fora do ar.”
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