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quarta-feira, 7 de março de 2012

Data centers e sustentabilidade: será que dá para unir estes dois mundos?

Alternativas para diminuir o consumo de energia dos centros vão desde o uso do calor das máquinas até experimentos com processadores



Por trás de uma grande empresa existe sempre um data center, certo? Mas, e por trás de um data center, qual é a infraestrutura necessária? Um belo refrigerador é uma das respostas mais óbvias. Para que as máquinas não peguem fogo (literalmente), enquanto trabalham sem parar, é preciso muito ar condicionado dentro dos ambientes. O único problema é que este tipo de refrigeração consome muita energia e, por isso, muitas pessoas já estão se questionando se este é o melhor método de manter as máquinas resfriadas.

Atualmente existem dois tipos tradicionais de refrigeração: homogênea e corredores. Segundo Erik Araújo, gerente de tecnologia da Ananke, a refrigeração na forma homogênea é mais simples. Existe uma entrada de ar frio e um espaço para exaustão do outro lado do ambiente. Há um fluxo constante de ar, portanto, há mais desperdício de energia. Já na refrigeração que privilegia corredores, há uma estratégia mais “inteligente”. As filas de rack são posicionadas uma de frente para outra, permitindo que uma fila capte o ar gelado pela frente e devolva o ar quente pelas costas. Ou seja, o data center formaria corredores de ar quente e ar frio intercalados, e não precisariam estar inteiramente gelados. Neste modelo há uma economia de 50% nos gastos e consumo de energia.

Outra alternativa é o enclausuramento de corredores, que está sendo utilizada pela Terremark. De acordo com Paulo Sartori, Gerente de Produtos e Marketing da Terremark no Brasil, ao fechar os corredores frios, de uma forma que o ar gelado não consiga vazar, é possível reduzir o consumo de energia em até 15%. “Estamos testando há dois meses este projeto e os resultados parecem promissores”, ressalta. “Ainda estamos trocando todas as máquinas antigas de refrigeração por novas, pois estas já trazem uma economia de até 30% em relação aos equipamentos antigos”, completa.

Ainda que haja algumas estratégias para a diminuição do consumo de energia, de acordo com estudo da Universidade de Stanford (Estados Unidos), os centros de processamentos de dados de grandes empresas mundiais consomem cerca de 1.3% da energia de todo o mundo. Se formos além, as previsões para daqui a cinco anos apontam um aumento de 100% no período. Portanto, a busca por alternativas tem se tornado assunto mais do que recorrente e sim, necessário.


Alternativas sustentáveis

Estudantes da Universidade de Notre Dame (França), criaram servidores que sobrevivem graças a um jardim botânico. O ar aspirado do exterior esfria os computadores, enquanto o ar quente é lançado para fora. Ainda na França, um servidor de data centers administrado pela empresa TelecityGroup, localizada em Paris, estuda as mudanças climáticas usando o calor que sai dos computadores. O ar quente é canalizado para um viveiro de plantas, que consegue mostrar como serão as condições mais quentes que irão prevalecer na França em 2050.

Já o Laboratório Nacional de Oak Ridge (Estados Unidos), transforma o calor de um processador em energia, que pode ser utilizada até em domicílios. E o projeto do Laboratório de Pesquisas da IBM em Zurich (Suiça) fornece calefação às habitações, utilizando o calor dos computadores. Neste caso, a água aquecida nos centros de dados passa no piso das residências e esquenta os lares da cidade. Bruno Michel, um dos pesquisadores do IBM Zurich, diz que um data center que consome 10 megawatts pode aquecer cerca de 700 casas.

Outro projeto, do Centro de Dados Ambientais da Universidade de Syracuse (Nova York), que também utiliza água para resfriar os computadores, gera eletricidade para o próprio local usando pequenas turbinas de gás. Elas ficam em atividade constante e são usadas para aquecer água e absorver energia, enquanto um aparelho de refrigeração utiliza o calor como fonte de energia.

Uma das ideias mais originais até agora foi do Google. Segundo o site Wired, o data center localizado em Hamina (Finlândia) é resfriado com água do mar. A companhia comprou um terreno por US$ 52 milhões em 2009 e passou a utilizar um túnel subterrâneo para trazer água do Golfo da Finlândia. A água gelada é sugada para o centro e depois volta ao mar misturada com um pouco de água fria para não prejudicar a fauna e flora.

Outra ideia bastante próspera é a da tecnologia que usa células de hidrogênio combustível. Empresas como o próprio Google, a Verizon (telecom norte-americana) e o banco First National Buildings abraçaram o conceito na alimentação elétrica das suas instalações. As vantagens das células de combustível é que elas são altamente eficientes e pouco poluentes e o melhor, podem ser utilizadas como sistemas de emergência, em zonas onde não existe rede elétrica. Sua desvantagem, no entanto, é o alto custo.

E o consumo das máquinas?

Se por um lado tem muita gente pensando em alternativas sustentáveis para refrigerar os centros de dados, por outro, as fabricantes de processadores têm quebrado a cabeça para desenvolver chips que consumam menos energia. Isso porque, além da refrigeração, as próprias máquinas consomem muita energia dentro de um data center e, portanto, merecem atenção também. O gerente da Terremark explica que existem cálculos como o PUE (Power Use Effectiveness) que determina a relação entre o consumo de energia das máquinas do data center e da refrigeração. Na maioria das vezes, a energia gasta com as máquinas é superior ao gasto com a refrigeração.

Uma das soluções para este problema é a adoção de equipamentos mais novos que utilizem processadores com maior eficiência e máquinas mais compactas que precisam de menos refrigeração e, portanto, gastam menos energia. “Além de prestar atenção ao principal componente [processador], é preciso adotar alternativas como a virtualização, em que um software permite que cada máquina real seja multiplicada em várias virtuais. Neste modelo é possível diminuir drasticamente o consumo de energia”, conclui.

A onda de virtualização dos servidores e outras alternativas para a refrigeração dos data centers é pauta há anos. As empresas que não se adaptarem a novos conceitos correm o risco de verem seus negócios atropelados pela concorrência.

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