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sexta-feira, 23 de março de 2012

Vírus de computador podem saltar para o mundo biológico, dizem pesquisadores

Segundo pesquisadores, semelhanças entre vírus para pessoas e PCs podem levar à criação de códigos baseados em DNA.

Hackers podem criar um malware capaz de cruzar a linha que separa a tecnologia da biologia, desenvolvendo um vírus que poderia espalhar epidemias perigosas, disseram pesquisadores na conferência Black Hat Europa.

“Estamos realmente na fronteira entre vivos e não-vivos”, disse Guillaume Lovet, gerente sênior de pesquisa de ameaças da Fortinet, durante palestra para discutir as semelhanças entre vírus biológicos e de computador.

A comparação foi para dar aos pesquisadores de segurança uma melhor compreensão de por que o sistema imunológico humano é muito melhor na batalha contra o vírus do que os softwares antivírus.

“Pode soar como um cenário para um filme ruim de Hollywood ruim, mas não é uma pergunta tão estúpida”, disse Lovet.

Um dos principais itens que levaram os pesquisadores a essa conclusão é a semelhança entre os vírus. Em essência, comportam-se da mesma forma, incluindo a informação que instrui o comportamento parasitário dentro de um hospedeiro.

Dentro desta linha de pensamento, um ataque de Negação de Serviços (DDoS) pode ser comparado ao HIV, pois ambos visam a sobrecarga de um sistema, disse Ruchna Nigam, pesquisador de segurança da Fortinet.

Há outras comparações entre os vírus de computador e o HIV. Este ataca o sistema imunológico, tornando os humanos mais vulneráveis ​​a determinadas doenças. Os de computador, como o W32/Sality, também usam esta estratégia, fechando os antivírus e autorizando um programa malicioso dentro do firewall do Windows.

Uma pessoa ser contaminada ao visitar um médico não é um cenário impensável, disseram Lovet e Nigam. Da mesma forma, os computadores podem ser infectados ao visitar um site e baixar um malware automaticamente (ataque drive-by download). “Foi assim que o Trojan Zeus construiu uma botnet (rede PCs zumbis) de com 3,6 milhões de máquinas só nos EUA”, observou Axelle Apvrille, outro pesquisador da Fortinet, em uma pesquisa.

Mutações

Vírus biológicos, tais como o da gripe, também são conhecidos por sofrerem alteração após a replicação. Este comportamento é comparável ao do Conficker e Koobface. É um pesadelo para os analistas de segurança, porque cada amostra replicada é significativamente diferente da antecessora. Isso pode tornar as assinaturas de antivírus, projetadas para detectar vírus, praticamente inútil.

Uma diferença importante entre estes vírus polimórficos é que o malware apenas muda de forma. “Só o empacotamento é alterado, o código não é reescrito”, disse Nigam.

Vírus como o Conficker também são conhecidos por se incubar, aninhado-se em sistemas antes de atacar – o que é comparável à gripe. “Essas idéias são tiradas do mundo físico”, disse Nigam.

Existem diferenças entre os vírus biológicos e os de computador, claro. Se alguém escrevesse o vírus da gripe em código, o arquivo não seria maior do que 22KB. Vírus informáticos são muito maiores e mais avançados. Vírus biológicos não são capazes de implementar técnicas de criptografia. Isso é muito bom, porque os remédios teriam graves dificuldades para eliminar tais variações.

No entanto, Lovet especula que eles podem convergir no futuro. A maioria dos vírus humanos são essencialmente código DNA ou RNA, que contêm instruções genéticas essenciais para todos os organismos vivos conhecidos. “Em poucas palavras: um vírus biológico é a informação para o comportamento em um hospedeiro”, dizem os pesquisadores. Malwares são essencialmente a mesma coisa.

A fronteira entre o digital e o mundo biológico já está sumindo, disseram os pesquisadores, citando a prótese cibernética como exemplo. Algumas pessoas têm vários dispositivos eletrônicos no corpo, como marcapassos, estimuladores cerebrais profundos e implantes cocleares, lembraram.

Assim que esses dispositivos se comuniquem com uma máquina externa, o que acabará sendo necessário em algum momento, eles se tornarão, em tese, vulneráveis a malware.

Bioterrorismo

Em 2002, cientistas foram capazes de sintetizar o vírus de poliomelite. Desde então, a biotecnologia avançou, tornando possível sintetizar bactérias e organismos são geneticamente modificados quase todos os dias, disseram os pesquisadores. Além disso, todo o código para um DNA sintético está em computadores.

“O software usado no seqüenciamento do DNA de um organismo vivo, e bancos de dados onde estão os código para essa seqüência, provavelmente não são livres de vulnerabilidades”, dizem os pesquisadores.

Mas se é possível fazer um vírus com seqüências de DNA maliciosas que poderiam, uma vez transcritas em bits, explorar essas vulnerabilidades, isso ainda não foi feito. Usar um vírus codificado para afetar a biologia humana para fins militares é altamente improvável, uma vez que sua disseminação seria muito difícil de controlar. Liberar um vírus desses pode sair pela culatra e infectar o próprio exército do país. No entanto, bioterroristas devem estar interessados em ataques baseados em tais vírus, disse Lovet. “E isso é um pensamento muito assustador.”

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